Filho de peixe, peixinho é 

"Encaro meu trabalho como uma terapia. Se eu parar, acho que fico doente"


Para descrever Luciana Evangelista, nada melhor do que o ditado "filho de peixe, peixinho é". A jovem mulher de 30 anos é filha de Ana e, com muito orgulho, declara sua profissão: agricultora. A mesma de sua mãe. 

Luciana seguiu os passos da mãe, e também trabalha com a produção de leite | Foto: Andrey Evangelista
Luciana seguiu os passos da mãe, e também trabalha com a produção de leite | Foto: Andrey Evangelista

Casada há cinco anos, mora com o marido, os pais e a filha. Apesar das roupas largas, a silhueta identifica que a produtora está gravida de seu segundo herdeiro: Enzo. "Nome chique", como ela mesma diz. Na propriedade da família, a suinocultura e a produção de leite são as principais atividades que trazem o sustento. Mesmo durante a gestação, Lu, como é chamada por todos, não deixa seu serviço de lado. Responsável pelas duas ordenhas diárias, ela conta que ama o que faz. Considera os afazeres uma terapia. Durante a gestação, seu plano é continuar a fazer o trabalho, pelo menos até que consiga. Mulher forte, como a mãe. Na área rural da família, cerca de 11 hectares, o rebanho de animais não baixa de 35 animais. A rotina não é nada fácil.

Durante a entrevista, o barulho de um motor parou a gravação. Era o marido, Fábio, que passava com o trator. Numa época onde o êxodo rural tem aumentado, ele remou contra a maré. Com 22 anos, o técnico em eletrônica empregado e morando com seus pais no centro de Xaxim, conheceu Luciana. Começaram a namorar e decidiram juntar os trapos. Por amor ele decidiu mudar a vida e tornar-se agricultor. 

O produtor rural conta que no início foi difícil. "Eu não sabia nada e dependia dos outros para tudo, mas aos poucos fui aprendendo". Hoje ele é responsável pela suinocultura e mecanização da propriedade, sempre aos olhos da mulher, sua chefe. Quando questionado se gostou da  vida no campo, ele conta que se sente realizado. "Se me pedissem para voltar para cidade e me oferecesse um bom trabalho na área que estudei não aceitaria." 

Apesar de ser novo na área, Fábio fez vários cursos para se aperfeiçoar. Entre eles o de inseminação artificial para melhoramento genético do gado leiteiro. Luciana incentivou o marido. "Daqui eu não saio, então se quiser ficar comigo, tem que se mexer", brinca. 

Fábio fez o caminho inverso de muitos, saiu da cidade para morar no campo | Foto: Andrey Evangelista
Fábio fez o caminho inverso de muitos, saiu da cidade para morar no campo | Foto: Andrey Evangelista

Como a produção de leite é uma das principais fontes de renda da família, o investimento na área é grande. Enquanto esta reportagem estava sendo elaborada, um sistema de irrigação era implantado na área de pastagem, tendo um custo de mais de 60 mil reais. Mas eles não vão parar por aí, o objetivo da família é crescer ainda mais. 

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Juliane Bee - julianebee@unochapeco.edu.br
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